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segunda-feira, 2 de abril de 2012

O MISTÉRIO DA MISSÃO

“Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me! Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá. Mas quem perder a sua vida por causa de mim e do evangelho, a salvará.” (Mt 16,24-25)

Quem são os chamados de Deus senão aqueles que aceitaram renunciar a sua própria vida? De fato não há seguimento de Cristo sem renúncia, sendo esta, a condição primeira para que efetivamente nos ponhamos a seguir o caminho do senhor. É um mistério, eu sei, mas o que seria a fé sem o mistério? Mas agora veja: quantas vezes nos colocamos de joelhos diante do Senhor e em oração lhe pedimos que nos ajudasse, pois estava difícil a nossa missão. Quantas vezes nós deparamos com situações de cansaço físico ou espiritual, e lhe pedimos forças para não desanimarmos. Então surge um questionamento? Ele nos chama, e depois somos nós que lhe devemos pedir que nos ajude? Não era ele mesmo quem deveria vir prontamente em nosso socorro nestes momentos? E sem contar que muitas vezes apesar de nossos pedidos estas situações custam as se amenizarem.

Queridos, São Paulo nos ensina que a evangelização não é um privilégio, mas uma condição que se nos impõe: “ai de mim se não evangelizar”, diz o apóstolo dos gentios. Toda a missão a nasce do encontro pessoal com Jesus Cristo, pois, a graça resultante deste encontro é grande demais para ficar somente pra mim. Olhemos novamente para Paulo. A caminho de Damasco para perseguir os que anunciavam o nome de Jesus Cristo, “cai do cavalo” da sua arrogância e prepotência e tem o seu encontro pessoal com Cristo (At 9, 1-22). E neste encontro, a ele é mostrado o quanto era cego para as coisas que realmente valiam, as quais são resumidas por ele mesmo quando falou sobre o amor (1Cor 13).  A partir daí não parou de anunciar o nome do Senhor Jesus, terminando os últimos dias de sua vida numa prisão por não deixar de anunciar esse nome.

Assim também acontece conosco. Há uma música muito bonita que resume tudo isso de que eu estou falando. Eis um trecho:

Tua mão desceu sobre mim.
E me retirou da escuridão.
Deu-me mão e voz de profeta.
Deu-me um coração adorador...



E é esta a verdade. Mesmo que não tenhamos vivido uma vida de maneira desregrada, ou que não tenhamos sido os maiores pecadores do mundo, o Senhor nos retirou da escuridão, pois nossa vida pôde ter um novo sentido após ele ter entrado nela.  Ao mesmo tempo ele nos deu mãos e voz de profeta para que o anunciemos e que o mesmo amor com que ele nos amou chegue ao conhecimento de todos. A nossa missão é, portanto, a conseqüência da obra restauradora que Cristo realiza em nós. No entanto, isso não quer dizer que é uma relação de troca onde, por que eu recebo então tenho que dar. Definitivamente não. Novamente: é uma condição que me impõe. É uma condição porque eu posso escolher a reposta que eu queira dar, não sou abrigado a fazer-lo. Mas ao mesmo tempo me é imposto porque não é possível que ao ter minha vida transformada me contente com isto e só. Isso não faz parte do ideário cristão.

Qual é a reposta que tenho dado ao Senhor? Como está a minha vida diante daqueles com os quais convivo que ainda não se sentem amadas por Deus? A felicidade plena só existe em Deus. E é dever nosso anunciar este amor, que deseja também ser amado. É o Espírito Santo que nos mostra a face amorosa do Pai e é ele também quem nós dá as forças necessária para a missão que requer renúncias, perdas, e às vezes sofrimentos. Mas alegria, pois a nossa vida, a verdadeira vida está escondida em Deus. É ele quem nos recompensa, pois “quem perder a sua vida por causa de mim salvará”.


©Alberto Fonseca. Graduando em História/UFRRJ. Abril-2012.
albertofonseca@ufrrj.br

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