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quinta-feira, 16 de maio de 2013

Transformai-vos pelo Espírito Santo


O Espírito Santo, nos diz o Papa Francisco, “lembra e imprime nos corações dos crentes as palavras que Jesus disse, e, precisamente por meio de tais palavras, a lei de Deus [...] é inscrita no nosso coração e se torna em nós princípio de avaliação nas escolhas e guia nas ações cotidianas, se torna princípio de vida.” Podemos dizer que o espírito vivifica a lei, fazendo-a se tornar operante em nós. Em outras palavras, a religião cristã que, para alguns se resume em seguir regras de conduta, preceitos, ou ainda simplesmente uma tradição familiar e social, para os que são transformados pelo Espírito Santo ela se torna um princípio de vida isto é, o começo de todas as coisas, de onde parte toda a conduta do homem.

A fé deve ser o ponto a partir do qual eu realizo as minhas ações e não o a finalidade delas. Eu devo ser bom para com os irmãos por que tendo a fé em Jesus Cristo, que deixou o mandamento do amor, sou conduzido a fazer isso, e não, o que é o seu contrário, fazer o bem para alcançar favores celestiais. Estarei então sendo justo com o Senhor que me amou por primeiro sem pedir nada em troca, e, é justamente por causa desse amor misericordioso que sou capaz de amar os outros.
 
Realizar as ações a partir da fé, de um coração transformado, cheio do Espírito Santo, eis a alegria que deveria tomar conta de nós. Evidentemente, sabemos que nossas ações contribuem com a nossa santificação, pois pela caridade que realizamos, pelos atos de bondade e misericórdia com os irmãos, o Senhor preenche-nos dos dons espirituais. Mas verdade é também que a justiça de Deus é diferente da justiça dos homens: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos [...]” (Isaías 55, 8). Então, não é porque eu sou bonzinho que Deus vai me abençoar, ou como é pregado por alguns cristãos, não é porque eu faço algo em nome de Deus que serei próspero aqui na terra. Por vezes acontece justamente o contrário: mesmo sendo fiel a Deus nem sempre minha vida estará mil maravilhas. Como nos recorda Santa Tereza D’Ávila: “Quem a Deus tem, mesmo que passe por momentos difíceis, sendo Deus o seu tesouro, nada lhe falta. Só Deus basta!”. Assim outra perspectiva se abre pra quem toma posse dessas palavras, pois a vida cristã não é sempre um mar de rosas, mas, não só é passível de dificuldades, como também às supõem, pois quem segue a cristo também deve sofrer como ele sofreu.

Isto tudo só é possível a um coração transformado, convertido, conduzido pelo Espírito.  Daí a urgência de pedirmos para que o Senhor cumpra a e promessa e nos envie a força do alto que é o próprio Espírito. Daí é a urgência de estarmos no mesmo lugar reunidos em comunidade, e clamarmos junto de Maria que do alto venha o defensor. E assim transformados pelo Espírito, consequentemente nossa vida se transformará, nossas atitudes serão diferentes, e teremos dado o primeiro passo para a construção já aqui na terra do Reino de Deus, da civilização do amor.  


©Alberto Fonseca. Graduando em História/UFRRJ. Maio-2013.
albertofonseca@ufrrj.br

sexta-feira, 29 de junho de 2012

A experiência do Espírito Santo à luz do testemunho de São Pedro


A figura de Pedro é um exemplo de mudança de vida para todos nós. Na sagrada escritura, este personagem aparece como portador de uma história de vida muito singular, que inspirou muitos outros homens e mulheres no decorrer do cristianismo. Para refletir sobre isso, neste breve texto, no principio discorrerei acerca do inicio de sua vocação. Posteriormente abordarei a temática da sua transformação a partir da experiência com o Espírito Santo. Finalizarei refletindo, e o que é a temática central deste texto, a relação desta história com a nossa história, com a nova vida que Deus tem chamado nestes últimos tempos.

Pedro era um pescador e, portanto, era um homem sem instrução mas que tinha uma grande habilidade no mar. Segundo o evangelho de Mateus, ele estava juntamente com o seu irmão Tiago pescando no mar da Galiléia quando viu pela primeira vez a Jesus que, ao primeiro contato com a dupla de pescadores lança o convite: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens” (MT 4, 18-20). Segundo o evangelista, imediatamente eles deixaram tudo e seguiram ao homem que tinha feito tal proposta. O primeiro questionamento que me vem a cabeça é: o que faz com esses homens largassem tudo e seguissem a um sujeito desconhecido do modo como eles decidiram seguir? Vemos que Jesus ainda estava começado seu ministério público e deste modo não havia começado a percorrer a região curando e realizando milagres. O que esses homens viram em Jesus? O mesmo parece ter ocorrido com outro apóstolo, Levi, também chamado de Mateus: “Ao passar, viu Levi, o filho de Alfeu sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me”! Ele se levantou e seguiu-o” (Mc 2, 14).

Muito mais do que entender o porquê esses homens assim fizeram, precisamos estar atentos ao fato de que eles o fizeram, e não foi sem nenhum motivo pois não tinham pouca coisa a perder. Levi era um cobrador de impostos e, portanto estava enredado na trama de poder e dominação da sociedade da época, pois estava serviço do governo romano. Então ele não podia simplesmente largar tudo sem sofrer algum tipo de censura ou retaliação, sem contar o dinheiro que iria perder. Pedro era um trabalhador, casado e há muita chance de que ela fosse o provedor de sua família. É difícil pensar que o abandono de seu trabalho não causasse prejuízos não só para ele bem como para sua família. Mas ele largou tudo e foi com Jesus.

Já nas primeiras conversas com o seu novo mestre, foi se evidenciando qual seria o lugar de Pedro no grupo que estava se constituindo. Seria o chefe, e esta escolha foi do próprio Jesus: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra eu edificarei a minha igreja”. No entanto, demorou muito para que ele entendesse o que realmente era ser discípulo de Jesus. Na verdade Pedro era um dos apóstolos mais problemáticos. Dois episódios podem nos ajudar e entender este aspecto. O primeiro é aquele em que Jesus aparece aos seus apóstolos andando sobre as águas. Pedro demonstrando firmeza e confiança pede para que, se fosse mesmo Jesus, que lhe permitisse ir até ele andando sobre as águas. Ah, quanta coragem! Mas na verdade era mais um impulso do que uma plena convicção no poder de Cristo. Logo após dar alguns passos, Pedro sente medo e afunda. A fala Jesus revela o que aconteceu: “Homem de pouca fé”. Pedro era pescador, vivia no mar, e mesmo assim sentiu medo diante das águas. O medo de Pedro não era em estar afundando, mas em não conseguir andar sobre as águas dos seus medos interiores. Ele era impulsivo queria resolver as coisas no mesmo instante e achava que tinha forças o suficientes para tanto. Qual foi o seu engano!

Outro episódio que nos mostra este lado do nosso personagem é aquele em que Jesus anuncia a sua verdadeira missão: Sofrer e morrer pelos pecados dos homens. Ele comunica aos seus amigos (pois é assim que ele chamava os seus apóstolos) que ele devia ir para Jerusalém, onde seria preso pelas autoridades, e finalmente seria condenado à morte. Pedro chama Jesus de lado, como quem quer o corrigir, e censura-lhe tais palavras. A resposta de Jesus e incisiva e sem dó: “Afasta-te de mim satanás! Pois não tens em mente coisas de Deus e sim as dos homens” (Mc 8, 33). Interessante notar que esta cena ocorre um pouco abaixo daquela em que o mesmo Pedro professa sua fé: “Tu és o Cristo” (Vs. 29). Ora, o episódio evidencia que Pedro ainda não havia compreendido o verdadeiro significado do reinado de Jesus Cristo neste mundo. Ele era rei, mas que rei que é condenado e morto por seus próprios súditos? A imagem que Pedro tinha de Jesus era aquela que ia ser confirmada na entrada em Jerusalém: um messias triunfante, aclamado pelo povo, libertador das injustiças que Israel estava sofrendo por estar sob a dominação de uma outra nação.

Os evangelhos nos mostram muitas outras situações em que Pedro aparece aparentemente como um dos últimos indicados a ser o líder do grupo dos seguidores de Cristo. E após a morte de Jesus o que fez Pedro? Voltou a pescar! Voltou a vida que tinha antes de conhecer o Senhor. Não bastaram os milagres, as curas, as palavras, para que Pedro tivesse uma transformação efetiva em sua vida. E Jesus bem sabia disso, e sabia ainda do quanto aqueles que escolheu eram “cabeça dura” demais. Mas ao mesmo tempo não desistiu deles, sabia que tinham potencial para se tornarem um “outro cristo”, e por esse motivo alertou-os – já ressuscitado – como deviam proceder para que se cumprisse planamente a sua missão. Nos versículos 4, 5 e 8 do primeiro capítulo dos Atos do Apóstolos podemos ler:

Ao tomar a refeição com eles deu-lhes esta ordem: ‘não vos afasteis de Jerusalém, mas esperai o cumprimento da promessa do Pai a qual me ouvistes falar, quando eu disse: ‘João batizou com água; vós porém dentro de poucos dias sereis batizados com o Espírito Santo. [...] Mas recebereis o poder do espírito Santo que virá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judéia e Samaria, e ate os confins da terra.”

Pedro e os demais cumpriram a ordem do Senhor, permaneceram em Jerusalém unidos, esperando a promessa. E chegando o dia de pentecostes “os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente veio do céu um ruído como um vento forte, que encheu toda a casa em que se encontravam. [...] Todos ficaram cheios do Espírito Santo [...]” (At 2 1-4). Este foi o marco transformador na vida de Pedro, bem como nos outros apóstolos. Após este momento – em que eles ficaram cheios do Espírito – imediatamente saíram do lugar onde estavam trancados por medo daqueles que mataram a Jesus, e totalmente destemido Pedro ficou de pé e proclamou a aquela que podemos chamar de a primeira pregação da igreja Cristã. Pedro foi corajoso, e era pois, o mesmo que negou Jesus três vezes diante de uma simples criada, que agora teve a coragem de professar sua fé diante de três mil pessoas.

E mais do que isso o proclamou também diante dos mesmos homens que tramaram a morte de Jesus. Ao ser levado para ser interrogado pelas autoridades por ter curado em nome de Jesus, Pedro disse: “Ficai sabendo vós e todo o povo de Israel: se este homem está curado diante de vós, é por meio do nome de Jesus Cristo, o Nazareno, que vós crucificastes e que Deus ressuscitou dos mortos” (At 4, 10). Que coragem, e que sábias palavras! Quem disse estas palavras não foi um teólogo, nem mesmo um eloqüente pregador, e sim um pescador, mas agora cheio do Espírito Santo!

Esta mesma experiência que Pedro teve também nós podemos ter: “Pois a promessa é para vós e para vossos filhos, e para todos aqueles que estão longe, todos aqueles que o Senhor Deus chamar” (At 2, 39). Nós estamos longe, temporalmente, do acontecimento de pentecostes. É, portanto também para nós esta promessa, e Deus já esta cumprindo-a. o Espírito Santo tem sido derramados sobre inúmeras pessoas que confiantemente se entregam ao Senhor e pedem esta graça. Pedir para ficar cheio do Espírito é uma ordem do próprio Jesus quando disse “pedi e recebereis”. Não existe desculpa para não o fazermos. Peçamos insistentemente ao Senhor a graça de termos a mesma coragem que Pedro, e receberemos a força do Espírito Santo e seremos suas testemunhas onde quer que estejamos.

***

Depois de refletir sobre esta história me pego pensando; o que fez este homem mudar assim? Poderia resumir tudo isto em uma única palavra: experiência. O que fez Pedro mudar, de um homem inseguro, inquieto, medroso, cético, em um homem corajoso, destemido, ansioso para que todos conhecessem o homem que possibilitou que ele mudasse, foi a experiência com o Espírito Santo. Foi o evento de Pentecostes. Não há outra maneira de explicar esta reviravolta e esta conversão sem colocar a frente de tudo isto aquela manhã em que Pedro foi batizado no Espírito Santo juntamente com os outros discípulos. O nome de Jesus não seria tão conhecido como hoje é sem que houvesse Pentecostes. O derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes foi como que Deus ligando o interruptor da igreja para que a energia pudesse correr no meio dela e a assim a força do Espírito Santo impulsionar aqueles homens e mulheres a anunciar por toda a parte o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Desde o evento de pentecostes, o Espírito Santo vem continuamente sustentando a igreja nos trilhos do mandato evangélico de Cristo. Mesmo se por algum tempo a igreja não deu tanto espaço para a manifestação do Espírito, ele sempre esteve junto dela, guiando, agindo nos sacramentos, manifestando em tantos santos e santos que se deixavam guiar pela sua unção. Mas nos últimos anos estamos presenciando um novo reavivar do Espírito. Podemos dizer que aprouve Deus, nestes tempos manifestar seu Espírito para renovar a igreja e para chamar o seu povo para que redescubra a graça de viver a graça do cristianismo de forma plena e não simplesmente como um evento social ou cultural.

A graça que estamos vivenciando é a graça que fez com que Pedro se tornasse chefe e cabeça da igreja de Cristo. É a graça que faz com que nossa vida ganhe um sentido verdadeiro, ganhe dinamismo, se encha de alegria. Deus está reunindo um povo para que tenha um modo cristão de viver, com um modo de vida inspirado na vida de Cristo e baseado no amor sem restrições, no desapego, na alegria, no temor de Deus, na comunicação desta graça aos que ainda não conhecem esse Deus. O cristão é chamado a ser um outro Cristo, assim como Pedro foi pois ele também doou sua vida em favor do evangelho em favor dos outros. Assim como Cristo, também ele foi morto pela causa evangélica. E nós? Seremos capazes de mergulhar nesta vida nova mesmo sabendo que apesar das alegrias nosso fim pode ser o mesmo de Cristo devido ao ódio que o mundo tem dele? É uma aventura se lançar nesta direção, mas é uma aventura emocionante, e que reserva muito mais alegrias do que tristezas para aqueles que abrem mão da sua vida em favor da vida nova em Cristo.

©Alberto Fonseca. Graduando em História/UFRRJ. Junho-2012.
albertofonseca@ufrrj.br

segunda-feira, 2 de abril de 2012

O MISTÉRIO DA MISSÃO

“Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me! Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá. Mas quem perder a sua vida por causa de mim e do evangelho, a salvará.” (Mt 16,24-25)

Quem são os chamados de Deus senão aqueles que aceitaram renunciar a sua própria vida? De fato não há seguimento de Cristo sem renúncia, sendo esta, a condição primeira para que efetivamente nos ponhamos a seguir o caminho do senhor. É um mistério, eu sei, mas o que seria a fé sem o mistério? Mas agora veja: quantas vezes nos colocamos de joelhos diante do Senhor e em oração lhe pedimos que nos ajudasse, pois estava difícil a nossa missão. Quantas vezes nós deparamos com situações de cansaço físico ou espiritual, e lhe pedimos forças para não desanimarmos. Então surge um questionamento? Ele nos chama, e depois somos nós que lhe devemos pedir que nos ajude? Não era ele mesmo quem deveria vir prontamente em nosso socorro nestes momentos? E sem contar que muitas vezes apesar de nossos pedidos estas situações custam as se amenizarem.

Queridos, São Paulo nos ensina que a evangelização não é um privilégio, mas uma condição que se nos impõe: “ai de mim se não evangelizar”, diz o apóstolo dos gentios. Toda a missão a nasce do encontro pessoal com Jesus Cristo, pois, a graça resultante deste encontro é grande demais para ficar somente pra mim. Olhemos novamente para Paulo. A caminho de Damasco para perseguir os que anunciavam o nome de Jesus Cristo, “cai do cavalo” da sua arrogância e prepotência e tem o seu encontro pessoal com Cristo (At 9, 1-22). E neste encontro, a ele é mostrado o quanto era cego para as coisas que realmente valiam, as quais são resumidas por ele mesmo quando falou sobre o amor (1Cor 13).  A partir daí não parou de anunciar o nome do Senhor Jesus, terminando os últimos dias de sua vida numa prisão por não deixar de anunciar esse nome.

Assim também acontece conosco. Há uma música muito bonita que resume tudo isso de que eu estou falando. Eis um trecho:

Tua mão desceu sobre mim.
E me retirou da escuridão.
Deu-me mão e voz de profeta.
Deu-me um coração adorador...



E é esta a verdade. Mesmo que não tenhamos vivido uma vida de maneira desregrada, ou que não tenhamos sido os maiores pecadores do mundo, o Senhor nos retirou da escuridão, pois nossa vida pôde ter um novo sentido após ele ter entrado nela.  Ao mesmo tempo ele nos deu mãos e voz de profeta para que o anunciemos e que o mesmo amor com que ele nos amou chegue ao conhecimento de todos. A nossa missão é, portanto, a conseqüência da obra restauradora que Cristo realiza em nós. No entanto, isso não quer dizer que é uma relação de troca onde, por que eu recebo então tenho que dar. Definitivamente não. Novamente: é uma condição que me impõe. É uma condição porque eu posso escolher a reposta que eu queira dar, não sou abrigado a fazer-lo. Mas ao mesmo tempo me é imposto porque não é possível que ao ter minha vida transformada me contente com isto e só. Isso não faz parte do ideário cristão.

Qual é a reposta que tenho dado ao Senhor? Como está a minha vida diante daqueles com os quais convivo que ainda não se sentem amadas por Deus? A felicidade plena só existe em Deus. E é dever nosso anunciar este amor, que deseja também ser amado. É o Espírito Santo que nos mostra a face amorosa do Pai e é ele também quem nós dá as forças necessária para a missão que requer renúncias, perdas, e às vezes sofrimentos. Mas alegria, pois a nossa vida, a verdadeira vida está escondida em Deus. É ele quem nos recompensa, pois “quem perder a sua vida por causa de mim salvará”.


©Alberto Fonseca. Graduando em História/UFRRJ. Abril-2012.
albertofonseca@ufrrj.br

sábado, 28 de janeiro de 2012

ESCOLHEU OS QUE ELE QUIS


 “Jesus subiu a montanha e chamou os que ele quis, e foram com ele. Ele constitui então doze, para que ficassem com ele e para que os enviasse a anunciar a boa nova, com o poder de expulsar os demônios”. (Mc 3,13-15)



O Senhor Jesus não quis cumprir a sua missão sozinho. Na verdade ele não quis ficar sozinho. Andou por esse mundo não fazendo outra coisa senão o bem (At 10,38), e ensinando ao povo a lei maior, a lei do amor. Mas sabendo que sua missão tinha um tempo definido, escolheu alguns dentre aqueles que o seguiam, para que ficassem com ele, anunciassem a boa nova e continuassem a sua missão. Nós também queridos, somos hoje os escolhidos do Senhor para ficar com ele e para anunciar a boa nova em em todos os lugares. Sim, podemos fazer dessa verdade nossa alegria, pois fomos escolhidos pelo próprio Jesus, e o seu espírito quem confirma essa escolha que é irrevogável. O Senhor não levou em conta nossas misérias, mas sim o quanto estamos dispostos em, apesar delas, viver a vida segundo seu evangelho. E é essa vivência que nos dá a disposição para anunciar o seu amor a todos.

O Senhor subiu a montanha, ficou a sós com seu pai, pois a decisão que seria tomada era grande demais para que se fizesse sem reflexão e oração. Que ensino ele nos deu visto que, mesmo sendo ele o Senhor, não poupou a si mesmo de recorrer a Deus neste momento. E ao descer da montanha após passar a noite em oração, escolheu os que ele quis. Sim amados, a escolha de Jesus para a missão não está baseado em nenhum outro critério senão a sua vontade. Não são as inteligências, nem as qualidades de um bom orador, ou a capacidade de seguir estritamente as leis da religião que contam na escolha de Jesus. Ele escolhe os que ele quer.

Estimados, o Senhor assim preferiu escolher os seus discípulos por que ele não queria apenas pessoas que seguissem os seus ensinamentos. Muito mais do que eu isso, ele procurava por amigos. Sim ele também ele quis amigos, tinha vontade de partilhar a vida, as dificuldades, as alegrias, as tristezas. Com certeza havia muitos homens com uma vida irrepreensível naqueles dias. Homens conhecedores da lei, íntegros, inteligentes. Mas Jesus quis escolher alguns pescadores, um cobrador de impostos, enfim homens simples, marginalizados, talvez até mesmo iletrados. Ele queria amigos e não servos!

A primeira missão delegada aos seus discípulos foi a de que ficassem com ele. Na verdade é essa a missão primaz de todo discípulo, estar ao lado do seu mestre para aprender com a sua vida, muito mais do que com seus ensinamentos. E é assim também conosco: somos chamados a antes de tudo estar com Jesus, conhecê-lo mais, amá-lo mais, viver ao seu lado. Somos chamados a assim como Maria fez estar aos pés do Senhor (Lc 19, 39). Como nos lembra o Documento de Aparecida (2007), não é possível ser um missionário sem antes ser discípulo. Além disso, e ao mesmo tempo, urge que sejamos discípulos e missionários. Concomitantes, essas duas situações formam como que cada um dos lados de uma mesma espada. Discipulado e missão. Escuta e proclamação da palavra. Um não pode ser vivido sem o outro. A missão requer o discipulado, enquanto este nos impele a missão.

Anunciar a boa nova: eis a nossa missão. O evangelho experimentado a partir do encontro com Jesus deve se tornar parte de nossa vivência no dia-a-dia. O mundo está repleto de filosofias, de estilos de vida, de doutrinas. Isto é muito sério: não podemos ser mais um grupo a propor um mais um modo de proceder moralmente no mundo. Não. Temos que ir além disso. Nós anunciamos o Deus que vendo os homens se perderem meio aos pecados deles se compadeceu pelo seu infinito amor. Amor pessoal, gratuito e que independe se nós o aceitamos ou não. Por esse motivo enviou seu único filho Jesus Cristo que, obediente ao pai foi crucificado, morto, mas que ressuscitou. E glorificado enviou o seu Espírito sobre aqueles que confiantes crerem em sua palavra. Este é o Querigma, o anúncio profético da crucificação, morte e ressurreição de Cristo. Mais este anúncio meus irmãos, deve ser fruto da nossa experiência em primeiro lugar. E essa experiência só quem pode nos dar é o Espírito Santo. O Batismo no Espírito Santo é essencial para o êxito de nossa missão, pois é ele quem convence o nosso coração da ação do Senhor Jesus. É ele quem nos convence do amor de Deus (Rm 5, 5). O Espírito ainda nos dá um novo ardor pela causa do evangelho, pois nos permite experimentarmos concretamente e sensivelmente o que por hora era somente palavra.



Que estas palavras sejam como que a motivação para este ano. Faço votos para que tenhamos ousadia, e sejamos dóceis ao Espírito de Cristo. O Senhor tem muito a realizar neste novo ano em nossos grupos, comunidades, famílias  Não se esqueça: Deus conta comigo e com você, Deus conta conosco para que sonhemos com ele esse lindo sonho. E ainda mais ele conta conosco para que trabalhemos na construção da civilização do amor, fruto da efusão do Espírito sobre todos os homens e mulheres.


©Alberto Fonseca. Graduando em História/UFRRJ. Janeiro-2012.
albertofonseca@ufrrj.br

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O VERDADEIRO CAMINHO QUE NOS LEVA PARA A VIDA


“Já que vocês aceitaram Jesus Cristo como Senhor, vivam como cristãos: enraizados nele, vocês se edificam sobre ele e se apóiam na fé que lhes foi ensinada, transbordando em ações de graça. Cuidado para que ninguém escravize vocês através de filosofias enganosas e vãs, de acordo com as tradições humanas, que se baseiam nos elementos do mundo e, não em Cristo.” Cl 2, 6-8

A experiência do cristianismo é desde o seu início uma experiência de combate. Jesus Cristo só ficou conhecido pelos poderosos e governantes de seu tempo porque seus discursos denunciavam a ordem injusta com que eles governavam o povo, imputando obrigações que nem eles mesmos conseguiam cumprir. Assim, Jesus mostrou que de nada adiantava manifestar uma fé vigorosa se no seu interior
faltava a reta intenção. Se, em vez rasgar as vestes em público mostrando o quão piedosos eram, não rasgassem o coração diante da misericórdia de Deus. Se em vez de se esforçar para cumprir inúmeras leis, não tivessem o cuidado de observar apenas uma: a lei do amor mútuo. Essa foi a novidade trazida por Jesus, que primeiro foi transmitida e ensinada aos seus discípulos, e estes cuidaram não só de levá-las adiante mais também de espalharem-se pelo mundo afora anunciando essa boa nova, o que, só foi possível porque a passagem de Jesus em suas vidas deixou marcas concretas não sendo apenas algo de momento, e que não ficou somente no “oba-oba”.

Aquela novidade foi capaz de mudar a vida de muitos homens e mulheres. Foi capaz de transformar simples pescadores em eloquentes pregadores, perseguidores da palavra em perseguidos por amor a mesma palavra. A vida daqueles homens e mulheres após o encontro pessoal com Cristo foi totalmente diferente. Mas o que eu tenho a vos dizer é que ainda hoje Jesus tem tocado nos corações de homens e
mulheres e os tem transformado suas vidas. Tem mostrado que ser cristão não é simplesmente seguir um conjunto de regras e leis, mas, antes de tudo é o seguimento de uma pessoa: Jesus Cristo. Ser cristão é ser um outro Cristo. É tentar ao máximo se parecer com Jesus, conformando os seus atos aos de Cristo.

O cristão é aquele que aceitou Jesus em sua vida como medida de todas as coisas. Aceitar Jesus, para além da mudança de hábitos, é também dizer sim a Jesus e ter a sua vida conformada aos critérios dele. E isto requer uma mudança de mentalidade, esta sim capaz de trazer significativas e duradouras transformações na vida das pessoas. A mudança de mentalidade não é outra coisa senão a conversão. Converter nosso coração significa exatamente muda nossos pensamentos, nossas atitudes e não menos importante mudar nossos valores.

O ser humano tem por excelência o grande desejo pela felicidade e, só seremos felizes a medida em que encontramos um sentido para nossas vidas, que nos mostre aonde temos de ir para que assim não fiquemos a vagar pelo mundo sem ter destino. Jesus nos mostrou que ele é o caminho, a verdade e a vida, e ele é, na realidade, o verdadeiro caminho que nos leva para a vida. Eis aí segredo da felicidade. Existem diversos caminhos que nos levam nas mais diferentes direções. Existem inúmeros modos de se entender e viver a vida. Mas se todos estes não estiverem conectados de algum modo ao caminho de Jesus, se tornarão filosofias vãs caminhando para o vazio.

O encontro pessoal com Cristo abre para todos os que passam por esta experiência um novo horizonte, uma nova forma de encarar a vida que é muito diferente da realidade em que vivemos. Se nós já passamos por esta experiência, necessário nos é que nos edifiquemos cada vez mais em Cristo para que nossa fé não se esmaeça e fique no meio do caminho. Tenhamos a certeza de que o Senhor nos ama e seu maior desejo é que sejamos felizes por completo. Não tenhamos medo. Avancemos para águas mais profundas. Mergulhemos neste oceano. Deus nos oferece todo o seu amor e só nos pede uma coisa: que sejamos autênticos cristãos, amando-nos uns aos outros e levando outros a experimentar o seu amor.


©Alberto Fonseca. Graduando em História/UFRRJ. Setembro-2011.
albertofonseca@ufrrj.br

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A REVOLUÇÃO DO AMOR

No meu último artigo tratei sobre como as pessoas tem perdido o seu ideal de vida, e disse que isso refletia num mundo que eu considerava estranho, de pessoas que não sabem onde querem chegar. Pois bem, no presente artigo quero continuar a refletir sobre esse nosso mundo, esta nossa sociedade, mas agora em um outro sentido. O mundo se encontra de tal forma que, às vezes,  passa pela nossa cabeça que Deus se retirou dele ou o esqueceu . É dispensado aqui, falar de tudo o que acontece ao redor do planeta e que abre a possibilidade para pensarmos de tal maneira. Basta olhar as manchetes de tevê onde, num dia a notícia é sobre  filhos que assassinam seus pais , noutro o que vemos são pais que matam filhos, e assim por diante diversos outros acontecimentos que nos incitam a perder a fé no futuro da humanidade. Então pensamos: O que dizer e fazer diante disso tudo? Qual é a causa desses males? Se Deus existe, porque deixa tais coisas acontecerem?

Ora, como cristãos nossa reação em primeiro lugar não deve ser a de colocar Deus como protagonista dessas barbaridades. Dele só pode sair o bem pois ele é Bom. A bondade não é uma característica de Deus, mas mais do que isso, ela  é sua própria substância, ele é o bem por excelência. Ao colocarmos a palavra “porque” no meio dessa história estamos duvidando do amor de Deus e até mesmo duvidando dele próprio. A nossa  atitude deve ser a de ir além das meras aparências, de ir na raiz de todos os males que é o pecado.

O catecismo da Igreja Católica diz no parágrafo 387: “Somente á luz do desígnio de Deus sobre o homem compreende-se que o pecado é um abuso da liberdade que Deus dá às pessoas criadas para que possam amá-lo e amar-se mutuamente”. Falar de pecado, é falar antes de mais nada de uma escolha do homem e não de Deus. Deus em seu infinito amor criou o homem à sua imagem e semelhança (Cf. Gn 1,27)  e, amando sua criação desde o princípio,   quis que esse amor fosse correspondido por parte do homem. 

 
O amor verdadeiro não requer nada em troca para sê-lo, mas ele passa a existir na medida em há gratuidade em sua intenção. Eu amo de verdade se eu desejo algo de bom para alguém sem esperar ser correspondido por essa pessoa. Eu só posso amar se eu decidir livremente fazer isso. Assim do mesmo modo que os cônjuges só podem receber um ao  outro em casamento se decidirem isso de livre e espontânea vontade, pois aí pode-se ter certeza de que se trata verdadeiramente de uma decisão baseada no  amor, assim também  Deus só poderia receber nosso amor se desse-nos a liberdade para escolher se queríamos ou não amá-lo. Ele então nos fez livres para amar, e esta liberdade dada, por conseguinte tange todas as áreas do ser humano.

Pois bem, somos livres, e nossa liberdade é concreta pois podemos decidir sobre tudo em nossa vida. Sobre tudo? Isso mesmo, sobre tudo. Como nos diz São Paulo “tudo me é permitido”, porém completa o apóstolo “mas nem tudo me convém”(cf. I Cor 6,12).  Eu sou livre, mas  existe limites para essa liberdade. O limite está inscrito tanto na lei natural  como também na lei dos homens, e é exatamente isso que São Paulo quis mostrar quando disse que nem tudo convém. Eu sou livre para fazer ou não o bem a uma pessoa, mas isso não me permite fazer o mal a ela, isso não é liberdade e sim o abuso dela. É  isso mesmo que o catecismo nos diz no trecho acima citado, pois o pecado surge quando rompemos o limite da nossa liberdade e passamos a agir deliberadamente conforme nosso próprio querer. Agindo dessa forma, estamos colocando Deus de fora do campo de atuação, pois ele age somente quando livremente deixamos que ele aja em nós. Então partir desse momento é que estamos pecando porque nos afastamos de Deus e abusamos da liberdade que a nós foi dada.

Chegamos então a grande descoberta: não foi Deus quem se retirou do mundo, mas o mundo se afastou de Deus por causa do pecado. O mundo quer solucionar seus problemas, mas não quer dar a Deus a chance de participar . Também nós queremos solucionar nossos problemas e, da mesma forma muitas são as vezes em  que decidimos por conta própria o que vai ser melhor para nós deixando Deus de fora dessa escolha. Aí pecamos. Este é o lugar do pecado, lugar onde Deus não está. O pecado então é a ausência de Deus. Muito mais do que uma ação, o pecado é uma situação onde Deus não foi convidado a fazer parte. 


Deus é amor  (1 Jo 4, 16), se portanto estamos com Deus não podemos produzir outro fruto se não o amor. Onde há amor não há pecado, pois quem ama está com Deus, e quem está com Deus não dá espaço para que o pecado encontre um lugar  em suas vidas.

 Deus tem andado pelo mundo pedindo que as pessoas se amem mais. Ele tem falado por meio de muitas   pessoas como Madre Teresa de Calcutá, Papa João Paulo II, que pregaram exatamente isto, o amor a Deus mas que é indissociável do amor aos outros. Estas pessoas sabiam exatamente qual a solução para os problemas do mundo. O amor é a solução, pois no amor não há guerra. No amor eu partilho o que eu tenho com quem mais precisa e não deixo que o outro passe fome. No amor eu cuido da natureza como verdadeira criação divina a qual depende a vida do planeta.

O recado está dado. Amemos uns aos outros, propaguemos a ideia do amor, pois só assim o mundo terá chance de ser melhor. Lembremos das palavras do apóstolo dos gentios quando disse que  onde havia abundância do pecado, a graça de Deus foi maior ainda ( Cf: Rm 5, 20). Esta é a nossa certeza:  a  de que Deus caminha conosco e se compadece dos nossos sofrimentos. Vamos levar mais a sério as palavras de Jesus e colocar em prática através de gestos concretos o seu pedido do amor. Então estaremos começando a realizar a maior revolução que o mundo já viu e, a única capaz de transformar efetivamente ele:  a revolução do amor.


©Alberto Fonseca. Graduando em História/UFRRJ. Fevereiro-2011.
albertofonseca@ufrrj.br

sexta-feira, 27 de março de 2009

EU TENHO UM IDEAL DE VIDA?


O mundo de hoje está meio estranho não é? Por um lado se proclama a vitória dos ideais de liberdades individuais e de respeito total às consciências das pessoas. Mas incrivelmente por outro, esta mesma noção é ferida quando setores da sociedade fazem de tudo para instigar as pessoas e se comportarem de um determinado modo, através de um discurso de liberdade mas que no fundo nada mais é do que própria renúncia dela. A moda está aí. A mídia (de modo geral a televisão) não faz outra coisa do convencer as pessoas a “estarem na moda”, isto é, a se comportarem de um determinado jeito, vestindo determinadas combinações de roupas, fazendo esses ou aqueles programas nos finais de semana, e por aí vai... 

Eu não quero parecer aqui um revolucionário idealista tentando difundir algumas ideias anarquistas e anticapitalistas não. Nem mesmo sou contra as pessoas se vestirem elegantemente até mesmo segundo a tendencia vigente. O que eu estou tentando discutir aqui, é um modo de vida baseado nessa nessa cultura, mas para além dessa denúncia este pequeno texto tem um o objetivo de refletir porque as pessoas vivem assim.


Olhando para o modo de vida e o comportamento das pessoas atualmente, vemos que não existe em muitas delas um sentido claro de vivência, isto é, algo que elas possam responder se forem perguntadas a respeito do que fazem elas continuar vivendo, qual a sua razão de vida. O que me preocupa e que eu quero partilhar aqui é que muitas pessoas não sabem responder a essas perguntas. É nesse sentido que observando a muitas pessoas as quais convivo que eu penso que a sociedade está passando por uma crise. Muito se fala em crise na economia, na política. Mas eu acredito que existe uma outra crise, grave, que atinge a muitos e que eu chamo de crise existencial. 


Nesta crise existencial  o que está em jogo é a consciência de que as pessoas tem de si próprias enquanto pessoas e, ao mesmo tempo, a sua relação para com os outros, com a sociedade. Há uma situação de indiferença ou ignorância quanto ao papel de cada um na sociedade. Pessoas que passam por essa crise são do tipo que não se preocupam em pensar de onde vieram, aonde vão, qual o seu papel na história, o que elas podem fazer para tornar esse mundo um lugar melhor para se viver, mais justo e mais fraterno. Vão levando a vida olhando para o seu próprio umbigo, achando que tudo é assim mesmo e nada do que fizerem poderá de alguma forma fazer a diferença. Este problema, que atinge a todas as faixas etárias, não deve ser evidentemente generalizado para todos, mas é claro que ao mesmo tempo, não pode ser desprezado.


" Esse ideal é aquilo que
nós consideramos como
um valor para a vida e que,
por ser valioso, vale a pena
colocar toda a nossas forças
para conseguir atingir."
Pessoas no mundo realizaram feitos grandiosos, e isso conta tanto os bons como os maus. Mas o que me interessa ao mencionar isso é que eles tinham os olhos fixos naquilo que queriam, não fizeram somente por fazer. Sendo boa ou má a sua intenção tinham uma meta e um ideal que, se fosse preciso, dariam até a própria vida para realizá-lo. Alexandre, "o grande", foi um dos maiores conquistadores da história, e, seu império estendeu-se desde a Europa e África até a Ásia, não perdeu sequer uma batalha. Ghandi mostrou ao mundo que era possível fazer uma revolução sem o uso da violência. Combateu o governo britânico na Índia por meio do princípio da não agressão em que, ao invés do uso da violência, utilizava a desobediência civil para conseguir o que reivindicava.

Homens como esses, tinham um ideal, uma meta. Foram capazes de gravar seus nomes na história por causa daquilo que acreditavam pois eram convencidos de seu ideal. Não deixaram que a indiferença para com o mundo os atingissem e fizeram valer por seus atos. Alexandre e Ghandi eram indiscutivelmente singulares em suas personalidades, mas não se pode afirmar que eles eram tão especiais que estavam além das possibilidades de homens "normais". Não foi a excepcionalidade que permitiu tamanha ousadia por parte deles, um uma incrível coragem bélica e outro uma invejável força de vontade e determinação em combater um regime excludente por vias pacíficas. Mas isso foi possível graças a capacidade que tinham de mirar em uma meta e persegui-la, mesmo em meio aos contrastes que certamente encontravam.


Portanto, o que falta hoje às pessoas é isso: o ideal. Esse ideal é aquilo que nós consideramos como um valor para a vida e que, por ser valioso, vale a pena colocar toda a nossas forças para conseguir atingir. Por mais difícil que seja a nossa meta ou o nosso sonho, acreditemos que é possível realizá-lo. Acreditemos ainda que além de nos ater a nossa meta pessoal, temos uma outra a qual todas as pessoas são chamadas a buscar. Essa meta é o céu, a nossa vida eterna com Deus que nos ama e nos quer felizes.

E assim acreditando que o nosso lugar é o céu, possamos lutar por um mundo melhor, um novo mundo, assumindo a condição de lutar pelos nossos sonhos sem medo de arriscar a dar passos cada vez mais largos.


"O céu é para quem sonha grande, pensa grande, ama grande e tem coragem de viver pequeno. Isso é o céu". (Pe. Léo)




©Alberto Fonseca. Graduando em História/UFRRJ. Fevereiro-2011.
albertofonseca@ufrrj.br